segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

[RESENHA] "A DESCONHECIDA", DE PETER SWANSON

Nome: A Desconhecida
Autor: Peter Swanson
Editora: Novo Conceito
Onde comprar: Buscapé

Livro enviado como cortesia pela Editora NC
Ela deixa rastros de caos por onde passa.

Uma história sombria, em uma atmosfera romântica e um quê de Hitchcock, sobre um homem que fora arrastado para uma trama irresistível de paixão e assassinato quando um antigo amor reaparece.de mentiras.

Em uma noite de sexta-feira, a rotina confortável e previsível de George Foss é quebrada quando, em um bar, uma bela mulher senta-se ao seu lado.

A mesma mulher que desaparecera sem deixar vestígios vinte anos atrás. Agora, depois de tanto tempo, ela diz precisar de ajuda e George parece ser o único capaz de salvá-la. Será que ele a conhece o suficiente para poder ajudá-la?

George Foss é um homem na faixa dos quarenta anos de idade e dono de uma vida monótona. Seus dias são ocupados com o trabalho, visitas regulares a bares próximos a sua casa e a companhia de sua gata Nora e de sua ex-namorada, e agora amiga com benefícios, Irene.

Tudo muda em uma noite, quando George é surpreendido pelo reencontro com uma paixão dos tempos da faculdade, uma mulher que ele nunca esqueceu. A súbita aparição dela é uma surpresa para ele, mas isso pode não ser uma coincidência.
“Pode até ter existido um tempo em que George, ao bater os olhos em uma mulher curvilínea com a pele clara, teria aventado a possibilidade de que ela fosse Liana. Ele passara vinte anos sonhando e temendo a ideia de vê-la novamente.”
Liana Decter é uma mulher linda, inteligente e nada confiável. Com um passado misterioso relacionado a alguns crimes, seu mais novo problema envolve um ex-amante com quem ela se relacionou enquanto assumia a falsa identidade de uma mulher chamada Jane. Gerald MacLean, um homem rico e casado, acabou por dar o fora em Liana/Jane e por isso ela resolveu fugir levando consigo alguma quantia em dinheiro, achando que o roubo passaria despercebido por ser pouco em relação ao que o ricaço ganha com negócios legais e também ilegais. O problema é que o cara descobriu e não está a fim de relevar o ‘pequeno’ roubo, o que o levou a contratar um homem chamado Donnie Jenks para reaver o dinheiro levado.

Agora, com medo de ser morta pelo perseguidor, Liana procura George e pede que ele vá em seu nome devolver o dinheiro a Gerald, certa de que o mesmo não machucará George. Nada impede George de dizer não para sua ex-namorada, mas ele falha em negar o pedido, pois mesmo após tanto tempo Liana ainda consegue mexer com os seus sentimentos.

O plano é executado e tudo parece ir bem, até que Liana some outra vez e George descobre que é suspeito em um caso de homicídio e roubo ocorrido na casa de MacLean. Como se isso não fosse suficiente, George passa a ser perseguido pelo mesmo homem intimidante e perigoso que estava atrás de Liana, e que esse Donnie Jenks não é o mesmo contratado por Gerald MacLean.
“- De quem está falando? Está falando de Donnie jenks? DJ?

Geoge, de repente, não estava entendendo mais nada.

- O cara que você contratou para pegar o dinheiro de Jane. Eu o conheci ontem.

- Bem, você também o conheceu hoje. Ele acabou de revistá-lo. Donald Jenks. DJ. Ele é um investigador da minha confiança. Não tenho ideia sobre quem esteja falando. 
[...] Deve ser algum outro amigo de Jane tentando assustar você para que fizesse esse favor a ela.”
O que era para ser um favor a uma antiga paixão, torna-se o pior pesadelo da vida de George. Liana foi sincera em relação aos seus sentimentos por ele? É óbvio que ela se aproveitou de sua adoração para usá-lo como parte da ação de um crime, mas sua intenção era que ele realmente saísse ileso no final ou tudo não passou de uma emboscada para fazê-lo culpado por um crime que não cometeu?
“Liana era capaz de coisas ruins. Sabia disso não por algum tipo de intuição, mas pelos fatos. Ele sabia o que ela havia feito vinte anos antes e sempre ficaria na dúvida sobre quão premeditadas haviam sido suas ações.”
A narrativa de “A Desconhecida” nos leva por dois tempos: o passado, na época em que George e Liana namoraram e todos os acontecimentos seguintes, quando ela mostra do que é capaz e depois some da vida dele pela primeira vez; e o presente, onde acompanhamos o reencontro de ambos, os planos de Liana e as consequências que isso tem na vida de George.

Como um trhiller, “A Desconhecida” deixa um pouco a desejar.  A história falhou em conseguir manter minha atenção e atiçar minha curiosidade. Apesar de bem escrita e do desenrolar rápido, a narrativa não me deixou ansiosa para terminar o livro e assim descobrir logo todos os mistérios contidos ali.

Algo que não me convenceu foi o protagonista, George Foss. Ele é o tipo de personagem que eu odiaria, e eu realmente tive raiva dele em alguns momentos, mas ele é tão trouxa ingênuo e azarado que na maior parte do tempo eu apenas tive pena e fiquei torcendo para que tudo desse certo para ele. É como se George fosse obcecado por Liana e, por mais que ela apronte com ele, em sua cabeça ela sempre pode se transformar na vítima e/ou ter um motivo que explique suas armadilhas.
“Mas algo mais motivava George, e ele percebeu que era Liana. [...] apesar da falta de qualquer evidência, ainda tinha a esperança de que Liana precisava dele.
Era uma esperança que ele nutria havia duas décadas.”
Falando sobre o trabalho da editora, a Novo Conceito mais uma vez foi excelente. A diagramação está perfeita e o texto tem ótima fonte e tamanho de letra, além de pouquíssimos erros.

Talvez tenha sido as altas expectativas que pus no livro diante dos elogios que li, mas “A Desconhecida” não funcionou muito bem para mim. Foi decepcionante. Acho que faltou mais suspense, um mistério melhor abordado e um protagonista mais inteligente. Só posso desejar que, se você der uma chance, consiga ter uma leitura melhor que a minha.


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