quarta-feira, 29 de junho de 2016

[RESENHA] "EU SEM VOCÊ", DE KELLY RIMMER

Nome: Eu Sem Você
Autora: Kelly Rimmer
Editora: Arqueiro
Onde ComprarBuscapé

Livro enviado como cortesia pela Editora Arqueiro

Há um ano, conheci o amor da minha vida. Para duas pessoas que não acreditavam em amor à primeira vista, até que Lilah e eu chegamos bem perto de dizer que isso aconteceu conosco.



Eu tinha um bom emprego em uma agência de publicidade e não fazia outra coisa além de trabalhar. Era incapaz de tomar decisões sobre meu futuro e minha casa inacabada e não sabia aproveitar a vida. Até conhecer Lilah.

Lilah MacDonald era uma advogada ambientalista linda e decidida – e, para minha surpresa, detestava usar sapatos. Era uma pessoa tão maravilhosa que é até difícil descrevê-la.

Nosso relacionamento não poderia ser mais improvável, mas me transformou profundamente. Comecei a enxergar as coisas de outra forma e a redescobrir antigas paixões. Lilah me ensinou a viver outra vez e a aproveitar ao máximo tudo o que a vida tem a oferecer.

Ela me proporcionou momentos incríveis, mas também manteve em segredo algo que partiu meu coração. Ainda assim, se há uma coisa que aprendi com Lilah é que o amor pode curar qualquer ferida.

Meu nome é Callum Roberts e esta é a nossa história.

Se você ama, como eu, discussões acaloradas e apaixonadas sobre os assuntos mais diversos com pessoas estranhas, então precisa ler este livro. É exatamente dessa forma que os caminhos de Lilah e Callum se cruzam. Os dois moravam em um vilarejo não muito longe da capital Sydney, e para chegar até este era necessário pegar balsa. Lilah voltava exausta depois de um dia inteiro em pé no tribunal e Callum voltava com a mente cheia de reflexões sobre o quanto trabalharia pela noite. Até que ele olha para os pés descalços dela e não consegue ficar calado. Os dois começam um embate sobre a força da ditadura da moda feminina e sobre o preconceito das pessoas com quem não se ajusta aos padrões impostos.

Ambos surpresos com o desafio travado no meio da balsa na volta do trabalho, decidem não deixar aquela atração e curiosidade morrer e saem juntos. Depois de uma noite inesquecível, Lilah simplesmente some, deixando um Callum bem confuso e decepcionado para trás. 
"Assim que ela pegou minha mão, me arrastou por mais alguns passos até a água passar dos meus tornozelos.
-Bom, você me seduziu para vir até aqui com a promessa de um beijo..
-Na verdade, eu ia dar um beijo na sua bochecha e sair correndo.
Ela sorriu, mas o sorriso desapareceu quando nos aproximamos.
-Ia?
Minha voz estava sumindo. Lilah passou a mão no meu peito e nossos olhares se fixaram um no outro, a brincadeira sendo interrompida abruptamente. As ondas agora batiam nas minhas panturrilhas e, de alguma forma, todo aquele blá-blá-blá que ela dissera sobre fazer parte de algo tão grande quanto a própria Terra pareceu sensato e incrível. Eu me aproximei para acariciar sua bochecha, então segurei seu rosto enquanto me abaixava para beijá-la. "
Mas o destino apenas age e, na manhã seguinte, os dois se esbarram no centro da cidade. Lilah sabia que não podia se envolver com Callum, pois com ela nada era "para sempre", mas sim "por enquanto". Callum, que sempre acreditou que amor ou casamento não fossem para ele, se pega imaginando como seria isso com Lilah. Sua vida era o reflexo de um amor profundo com um casamento feliz, e se fosse para se envolver com alguém ele não desejava menos que isso. 
"Callum
   Ela tinha marcado um almoço para fazer planos dessa vez. Na próxima poderia muito bem me lembrar de que ela não queria entrar em um relacionamento e terminar aquilo que estava acontecendo entre nós. Se eu ia continuar saindo com Lilah, tinha que estar preparado para essa possibilidade. Eu já tinha vivenciado, em primeira mão, o estilo de vida dela, cheio de reviravoltas inesperadas, saltando para todos os lados para aproveitar ao máximo. Quem saberia se - ou quando - ela faria algo para se afastar de mim? "
Dois solteiros com vidas, personalidades e visões tão diferentes, que não conseguem resistir á conexão que fizeram no meio de uma balsa na volta para a casa. Com a proximidade, um desafia o outro a ver e fazer as coisas de outra forma, e todas essas diferenças entre eles acabam acrescentando. 
" Callum
   Quando tínhamos concordado em ir devagar, eu estava falando sério. Isso não quer dizer que eu não me sentisse entusiasmado por Lilah e eu termos adotado um hábito de passar todas as noites juntos. Mas de fato não era minha intenção entrelaçar nossas vidas do jeito que estávamos fazendo. Até onde eu saiba, simplesmente aconteceu. Tenho certeza de que Lilah diria o mesmo. Acho que éramos solitários à nossa maneira, e a companhia e a intimidade emocional que compartilhávamos havia se tornado viciante. Ninguém decide que os ímas vão se atrair; é o que eles fazem."
Apesar de aparentemente eles terem tudo para dar certo, Lilah guarda um segredo de Callum, e ela sabe que quanto mais tempo procrastinar, mais doloroso será quando ele souber. O que fazer quando algo que você não esperava invade sua vida e te transforma?
" Lilah
   Passamos pela feira dos produtores e, enquanto eu comprava legumes e verduras, Callum escapuliu para dentro de uma lanchonete de comida para viagem e voltou com uma porçõa de batatas fritas gordurosas e petiscos de peixe e riu alto do meu nojo. E aí eu experimentei uns chapéus e posei de brincadeira para ele, que ficou me observando pelo vidro da vitrine e, depois, imitou, fazendo mímica, um fotógrafo da moda. Era tão bobo, ridículo, na verdade, mas rimos tão alto que outras pessoas olharam para nós e eu vi uma senhora mais velha me dirigindo um sorriso perspicaz. Achou que estávamos apaixonados, e eu fiquei imaginando se ela pensava em um antigo amor que perdera havia muito tempo.
   É isso que as pessoas fazem, não é? Elas encontram alguém que as faz rir, elas riem juntas e os anos se dissolvem."
Vou tentar ao máximo não dar nenhum spoiler sobre o livro, mas vai ser uma tarefa difícil! Eu sempre digo que não gosto de histórias dramáticas, que as pessoas tolamente classificam como romance. Nunca entendi porque sempre tentaram conectar romance com sofrimento (ás vezes porque é impossível amar e não se machucar), mas isso é tema para outra conversa. A trajetória de Cal e Lilah me surpreendeu muito, e eu me apaixonei pelo livro sem querer. Eu sempre pensei que a vida é muito triste para que nos livros aconteçam coisas tristes também. E apesar de essa obra não ter acabado da forma que eu desejava, se fosse diferente não causaria o choque de realidade que tomei. 

Ás vezes passamos a vida planejando coisas e nunca fazendo. Ás vezes temos tanto medo do tempo passar que tentamos viver tudo que queremos de uma vez só. O que entendi com essa história é que, no fim, o importante é estar com quem desperta em você a vontade de ser melhor. Quem te ajuda a encontrar a melhor versão de você mesmo. Para que você faça aquilo que ama, e viva feliz. Meu coração sentimental ficou apertado e chorar foi inevitável (eu choro vendo propaganda de fralda de bebê, mas enfim). 

De tudo, quero pedir que deem uma chance ao livro. A história é linda, e muito realista. Eu ri praticamente o livro todo, suspirei muito, e me emocionei. O final é um pouco doloroso, mas a dor é amenizada quando você pensa na trajetória dos personagens, em tudo que eles viveram e como foram felizes. Editora, obrigada por este presente maravilhoso, que mudou minha forma de ver a vida. É difícil explicar o que estou sentindo após ler esse livro, mas desejo que vocês se abram para mudar seus conceitos e opiniões. Deixem que este livro traga uma nova perspectiva de vida para vocês. E façam valer a pena cada segundo de suas vidas.




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