terça-feira, 11 de abril de 2017

[RESENHA] "MEU JEITO CERTO DE FAZER TUDO ERRADO", DE LUIZA TRIGO E KLARA CASTANHO

Nome: Meu Jeito Certo de Fazer Tudo Errado
Autoras: Luiza Trigo e Klara Castanho
Editora: Arqueiro
Onde comprar: Buscapé
Giovanna – ou Nanna, como ela prefere ser chamada – acaba de se mudar de Campinas para São Paulo com os pais, já que a agência de modelos deles está em franca expansão. Apesar de sonhar morar na capital, não era bem naquele momento, no início do ensino médio, que ela planejava que isso acontecesse.

Forçada a abandonar o conforto do conhecido para conquistar um mundo novo e hostil, ela tenta se habituar à nova vida. Logo faz amizades na escola e acaba se interessando por Miguel, um garoto que faz parte do grupo dos populares. Nanna passa a conviver com pessoas diferentes dela, que a tratam bem mas fazem coisas que ela não aprova, como fumar, beber, mentir para os pais e matar aula.

Ao mesmo tempo, durante os passeios diários com seu cachorro, Nanna conhece Henrique, um vizinho todo certinho que aos poucos passa a ser seu confidente.

Ela se vê, então, em situações novas e complicadas, precisando decidir entre o certo e o errado, para conquistar sua autonomia (apesar do controle dos pais), conseguir o afeto dos amigos e escolher quem será finalmente o dono de seu coração.

Giovanna, 15 anos de idade, é a mais nova moradora de São Paulo. Apaixonada por moda e rock, ela possui um estilo diferente que a colocou na mira de praticantes de bullying em sua antiga escola. A mudança para a capital do estado é uma oportunidade de recomeçar e fazer amigos de verdade.

No prédio onde fica sua nova moradia Nanna conhece Henrique, um garoto bonito, responsável e com um estilo arrumadinho que logo de cara não agrada a protagonista, mas para a surpresa da mesma os dois acabam ficando muito amigos ao ponto de Henrique tornar-se seu confidente.

No colégio Giovanna conhece Miguel, um rockeiro cheio de atitude por quem ela se encanta. Ela acaba fazendo amizade com o grupo do garoto, uma turma de jovens populares e que fazem o tipo rebeldes sem causa. Influenciada pelos novos colegas, Giovanna passa a fazer coisas que aborrecem a si mesma, apenas para agradar aos outros e se sentir como um verdadeiro membro do grupo.

As novas experiências de Giovanna vão levá-la a muitos conflitos com os pais, com quem ela costumava ter uma boa relação. Seu desejo em continuar parte do grupo e a paixão por Miguel vai bater de frente com a culpa e descontentamento por estar fingindo ser quem não é; em meio a essa explosão de sentimentos, Giovanna descobrirá que as coisas nem sempre saem como queremos e que isso não é algo ruim.

Giovanna é uma garota estudiosa e obediente, que acaba se deixando levar pelas más influências. Deslumbrada pela vida luxuosa e irresponsável de seu novo grupo e cega pela paixão que desenvolveu por Miguel, a protagonista aprenderá como adolescentes podem ser cruéis e que as aparências enganam.
“Acho que a sensação de fazer algo proibido, e que seria criticado pelos meus pais, me fez repetir. Era uma emoção diferente, um medo gostoso, e, perto de todo o estresse que estava sentindo, acabei achando algo que me dava prazer.”
É uma sensação incrível quando você começa uma leitura esperando por uma história boba e divertida, mas se depara com algo mais. Imaginei um romance juvenil leve e previsível e apesar de possuir um lado clichê, esse livro entrega uma trama cheia de aprendizados.
“Precisei cair para dar valor às coisas que eu tinha [...]”
Me identifiquei muito com Giovanna no que diz respeito a sua personalidade e não foi nada agradável vê-la tentando ser outra pessoa para conquistar um garoto e ser parte de um grupo, ainda mais quando os integrantes desse grupo são tão superficiais. Infelizmente Nanna teve que quebrar a cara para aprender a lição, mas pelo menos ela conseguiu amadurecer um pouco mais depois de tantas confusões.

De tantas coisas que me encantaram na história, as situações reais impressas nas páginas do livro estão entre as que mais me agradaram. Giovanna tinha plena consciência das decisões erradas que estava tomando e teve que encarar cada consequência. As autoras não a trataram como uma heroína que consegue tudo o que quer.
“O mais importante foi aprender que nada vale a pena se não podemos ser nós mesmos. Não adianta tentarmos agradar aos outros e sermos infelizes por não nos agradarmos.”
No início fiquei pensando como Nanna era o tipo irritante de garota ingênua, mas se pensarmos bem também não fomos assim em nossa adolescência? Talvez não manipulados por terceiros, mas por nosso próprio desejo pelas coisas/situações que gostaríamos que acontecessem de certa maneira. É aquela história, “Se você acreditar com muito gosto, a coisa se torna real”. Se as coisas fossem tão fáceis assim, eu estaria em Londres tomando chá com a Rainha.

Falando sobre a edição do livro, que arraso!! A capa tem traços simples, é bonita e casa perfeitamente com um romance juvenil como esse. O início de cada capítulo é enfeitado com desenhos característicos da personalidade de Nanna. A diagramação esta excelente, com uma fonte e tamanhos de letras que também não me dão motivos para reclamar.

Com diversas intrigas adolescentes, eu vejo a trama como uma versão mais leve de “Gossip Girl”. O livro consegue entreter o leitor e proporcionar uma leitura rápida. Devorei as páginas porque estava muito curiosa para saber para onde levava cada caminho que a protagonista decidiu percorrer. A leitura me agradou e por essa razão recomendo; apenas não espere por uma reviravolta extremamente surpreende e você deve acabar gostando também.
“Existem vários tons entre o preto e o branco. Você precisa parar de achar que só existem essas duas cores.”

 Clique aqui e leia um trecho do livro


Nenhum comentário:

Postar um comentário