segunda-feira, 28 de agosto de 2017

[RESENHA] "O DIA EM QUE A MINHA VIDA MUDOU POR CAUSA DE UM CHOCOLATE COMPRADO NAS ILHAS MALDIVAS", DE KEKA REIS

Nome: O Dia em Que Minha Vida Mudou Por Causa de Um Chocolate Comprado nas Ilhas Maldivas
Autora: Keka Reis
Editora: Seguinte
Onde comprar: Buscapé
Livro cortesia da autora
Parecia um dia comum. Bom, pelo menos um dia comum do sexto ano. Até que, no meio da aula de ciências, Mia recebeu um embrulho inesperado. Um chocolate Pura Magia! Aquele chocolate trazia as melhores lembranças de seu pai, e há anos ela não encontrava mais pra vender. Mas a surpresa não parou por aí. Junto com o chocolate havia um bilhete: “Quer sentar do meu lado hoje na perua?”, com a letra do Bereba!

E agora? Eles não eram só amigos? Por que tudo estava ficando estranho de repente? O pessoal tinha começado a passar o dia inteiro no celular e a chamar o recreio de intervalo, os adultos só queriam ter conversas sérias, não dava mais para comprar roupa na seção infantil… Como sobreviver a tudo isso e ainda decidir como responder o bilhete?


Seria apenas mais um dia escolar normal na vida de Mia, se não fosse pelo fato de ela ter recebido um bilhete acompanhado por uma barra de chocolate – e não um chocolate qualquer, um chocolate especial comprado nas Ilhas Maldivas que lhe traziam lembranças de seu falecido pai. O bilhete? Uma mensagem de seu amigo Paulo Bereba perguntando se ela queria sentar-se ao lado dele na perua naquele dia.

Bereba e Mia sempre foram amigos, mas esse bilhete muda tudo. O que isso significa? Será que ele gosta dela? E ela, será que gosta dele? Conforme o dia avança, mais surpresas aparecem e Mia se dá conta de que aquele não é apenas mais um dia normal. Com o surgimento de um turbilhão de novos sentimentos, a garota precisa aprender a lidar com tudo isso e ainda decidir o que fará em relação ao bilhete de Bereba.
“Meu coração disparou. Eu não sabia o que dizer depois disso. Eu não sou boa de falar.”
Keka Reis conta, de um jeito muito descontraído, uma história sobre a chegada da adolescência e a descoberta do primeiro amor. A narrativa se desenrola em um único dia numa sequência de acontecimentos rápidos e divertidos, seguindo a protagonista Mia enquanto ela tenta descobrir o que fazer com seus sentimentos após o bilhete de Bereba, as amizades e rivalidades entre as garotas da classe, o comportamento dos jovens e as mudanças do corpo. Para nós leitores há muitos momentos com os quais se identificar, afinal todos já passamos por aquela fase em que nos damos conta de que já não somos mais crianças, mas também ainda não somos adolescentes.
“Eu era uma menina, uma criança. Uma criança que queria ser criança para sempre, que não queria ter pelos, peitos, coração disparado e amigo colorido com sorriso de lobisomem.”
Mia é uma pré-adolescente diferente, porque ela não quer deixar a infância para trás. Suas colegas gastam tempo no celular e fofocando sobre garotos, enquanto ela sente falta das brincadeiras do recreio – que agora é intervalo, o que não agrada Mia. O bilhete de Bereba – que voltou a ser Paulo, porque as coisas mudaram – parece abrir uma porta para várias mudanças que já estavam ali, mas que a protagonista não queria encarar e isso só a deixa mais confusa. Mia ainda se sente como uma criança, então ela não sabe o que fazer com esses novos sentimentos.

Foi uma leitura rápida tanto pela escrita simples e agradável da autora, quanto pela quantidade de páginas, que não chega a 200. O livro nos leva de volta para um tempo de mudanças e indecisões e nos faz relembrar nossas próprias vidas, quando tudo parecia tão complicado e ainda assim, uma época gostosa e cheia de boas lembranças. Essa não é uma história apenas para os mais jovens, mas também para os adultos que devem acompanhar e conversar com seus filhos sobre essa transição da infância para a adolescência.
“A verdade é que eu tenho uma mãe bacanosa que gosta de conversar. Ela vai me ajudar com isso, com essa coisa toda de estar no meio do caminho e amadurecer [...] E ADORO ser a filha única dela. O bebê. Que não é mais bebê. Que não é mais criança. Que não é uma ameba. Mas que também ainda não é uma mulher.”



Clique aqui para ler um trecho do livro

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