segunda-feira, 13 de novembro de 2017

[RESENHA] "O BEIJO TRAIÇOEIRO", DE ERIN BEATY

Nome: O Beijo Traiçoeiro
Série: O Beijo Traiçoeiro #01
Autora: Erin Beaty
Editora: Seguinte
Onde comprar: Buscapé

Livro enviado como cortesia pela editora
Uma garota obstinada que não quer se casar. Um soldado que fará de tudo para provar seu valor. Um reino à beira da guerra.

Com sua língua afiada e seu temperamento rebelde, Sage Fowler está longe de ser considerada uma dama — e não dá a mínima para isso. Depois de ser julgada inapta para o casamento, Sage acaba se tornando aprendiz de casamenteira e logo recebe uma tarefa importante: acompanhar a comitiva de jovens damas da nobreza a caminho do Concordium, um evento na capital do reino, onde uniões entre grandes famílias são firmadas. Para formar bons pares, Sage anota em um livro tudo o que consegue descobrir sobre as garotas e seus pretendentes — inclusive os oficiais de alta patente encarregados de proteger o grupo durante essa longa jornada.

Conforme a escolta militar percebe uma conspiração se formando, Sage é recrutada por um belo soldado para conseguir informações. Quanto mais descobre em sua espionagem, mais ela se envolve numa teia de disfarces, intrigas e identidades secretas. E, com o destino do reino em jogo, a última coisa que esperava era viver um romance de tirar o fôlego.

Em “O Beijo Traiçoeiro” conhecemos Sage, uma jovem que após perder os pais passou a viver sob os cuidados dos tios. Diferente das garotas de sua idade, Sage não é o tipo que pode ser chamada de dama. Ela foi criada pelo pai durante a maior parte da vida e com ele aprendeu a viver livremente, sem se importar com as regras da sociedade.

Algo muito comum nesse mundo é o arranjo de casamentos feito por profissionais chamadas de casamenteiras. Essas mulheres analisam o perfil de homens e mulheres e com base nisso decidem quais pares são ideais. Todas as garotas se conformam com isso e muitas até mesmo anseiam pelo dia em que terão idade o suficiente para procurar uma casamenteira.

Sage é uma exceção e com sua natureza rebelde acaba sendo considerada inapta para o papel de esposa, mas o destino lhe reserva outras surpresas. Tornar-se casamenteira nunca esteve em seus planos, porém ela acaba como uma aprendiz e passa a acompanhar uma comitiva de nobres damas a caminho do Corcundium, uma grande conferência onde vários casamentos de interesse político são arranjados.
“- Ser casamenteira é basicamente um trabalho de interpretar pessoas, coletar informações e tentar entendê-las, e você tem talento para isso.”
O papel de Sage é analisar silenciosamente as garotas e os guardas que as escoltam e assim colher informações importantes que ajudarão na hora de decidir futuros pares. É dessa maneira que ela conhece Alexander e Ash, a primeira vista um capitão e um simples guarda, mas na realidade dois homens incluídos em uma missão muito bem elaborada que tem o objetivo de deter uma conspiração contra o rei. O que começa como uma tarefa fácil para Sage, logo se transforma em algo muito maior e perigoso conforme ela vai sendo envolvida nesse mundo cheio de conflitos e emboscadas.
“Ou ela era muito perspicaz ou sabia bem mais sobre assuntos militares do que transparecia. Ele não sabia qual das opções era mais desconcertante.”
Indo além do romance, “O Beijo Traiçoeiro” é também uma história sobre rivalidades e estratégias que consegue confundir até mesmo a cabeça do leitor. Cada personagem parece ter um interesse particular e por esse interesse acabam manipulando a verdade; se você não estiver atento a cada detalhe da leitura, pode esperar por ser enganado em algum momento.

Sage é uma garota sarcástica e destemida que faz bem o estilo kick-ass, não decepcionando como uma protagonista forte e carismática. Extremamente inteligente, manipuladora e desconfiada, ela é fiel as suas crenças e à própria palavra.

O romance entre Sage e Ash Carter, um soldado cheio de segredos, acontece aos poucos e em meio a um ninho de intrigas. Eu amei como a autora mesclou romance com tensão, uma fórmula que quando bem explorada, como é o caso aqui, resulta em uma história muito gostosa de acompanhar.
“Os pensamentos de Sage giravam e caíam feito as folhas sopradas pelo vento que anunciava chuva. Toda vez que ela achava que tinha se acalmado, avistava Ash e sentia um frio na barriga.”
A escrita da autora é bem desenvolvida e cada acontecimento parece muito bem planejado, com situações no final se conectando a outras do início/meio da história. Ao começar o livro tenha em mente que o te aguarda é uma trama bem elaborada e de ritmo rápido, que lhe dará uma leitura fluída e envolvente. Apenas quando você termina de ler e vê todas as verdades jogadas na sua cara, que você percebe como algumas ações e palavras dos personagens tinham um segundo significado. Como citei anteriormente, cada um manipula a verdade em prol de seu próprio interesse.

Quanto à edição do livro, simplesmente adorável. A arte de capa traz o casal principal e cria uma harmonia entre cores quentes e suaves. A diagramação está bem feita, com uma formatação de texto decente que proporciona uma leitura agradável ao leitor. Tradução e revisão também são dignas de elogios.

“O Beijo Traiçoeiro” é um dos melhores livros que li este ano e meu único arrependimento é não ter aproveitado melhor cada momento da leitura. Já quero a sequência!
“Representamos vários papéis ao longo da vida... isso não faz com que todos sejam mentira.”

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